O PSD alertou hoje que o prejuízo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) pode chegar aos mil milhões de euros este ano, considerando que tal traduz “um descalabro financeiro” semelhante ao do período pré-troika. No encerramento da interpelação do PSD ao Governo sobre a situação da saúde, o coordenador da bancada social-democrata para esta área, Álvaro Almeida, defendeu que “o SNS está pior hoje do que quando o anterior Governo socialista tomou posse em 2015”. “Até às eleições de outubro, o Governo e o PS negaram os problemas do SNS, mas recentemente mudaram de atitude, agora reconhecem que há problemas, mas tentam passar a ideia de que sempre existiram”, criticou, acusando o executivo de “mistificação”. Para Álvaro Almeida, o Governo tenta passar a ideia que, depois de quatro anos no Governo, “agora é que estão a trabalhar”, mas alertou que “a suborçamentação no SNS nunca foi tão grave”. “O prejuízo de 848 milhões de euros registado em 2018 é o maior de sempre (…) O agravamento do défice nos primeiros dez meses de 2019 faz temer o pior para este ano: É possível neste ritmo que o prejuízo do SNS ande perto dos mil milhões de euros”, apontou. O deputado frisou que “mil milhões de euros de suborçamentação não é um pequeno problema que se resolva com 1 ou 2% no Orçamento do Estado”. “Somados aos 3 mil milhões de dívidas a fornecedores, traduzem um descalabro financeiro semelhante ao que existia quando a ‘troika’ foi chamada pelo PS em 2011”, alertou. O coordenador para a saúde da bancada do PSD defendeu ainda que “a capacidade de contração do SNS não aumentou a sua capacidade de resposta”, dizendo que os recursos humanos disponíveis - à exceção dos médicos - “são menos do que os que existiam quando o PS tomou posse”. “O problema é que quem gere o Ministério da Saúde no governo socialista é o ministro das Finanças”, criticou.
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