Carlos Peixoto apresentou, esta sexta-feira, quatro iniciativas do PSD referentes à floresta e prevenção de incêndios. No início da sua intervenção, Carlos Peixoto começou por desmontar as encenações montadas pelo governo, sublinhando que, quando a dimensão das tragédias é gigantesca, “convenhamos que por pudor, há algum folclore, algum circo e há algumas declarações que se devem evitar. A par de ações meritórias que existem e que são louváveis e da hábil transferência de responsabilidades para os cidadãos e para os municípios, há nisto, por parte do governo, uma meticulosa fabricação de factos. Com dois objetivos: sacudir a ideia de que o governo falhou em 2017 e similar a ideia de que em 2018 está tudo providencialmente preparado”. Frisa o social-democrata que “nada é mais ilusório”, acrescentando que, “infelizmente, uma coisa é o que parece e se anuncia, outra, bem diferente, é o que é”. Prova disso, adianta, são as 24 iniciativas que propõem ou aconselhem medidas que o governo ainda não adotou. “Não há um único partido, da esquerda à direita, que não tenha sugestões ou ações para fazer ao governo. Todos, sem exceção, acham que deve ser feito mais, melhor e diferente daquilo que o governo está a fazer, inclusivamente o PS”. Para Carlos Peixoto, se o parlamento se mobiliza desta maneira, com esta expressividade, “é porque considera que não chega o que está ser feito e que a atual política florestal e de proteção civil está ainda muito aquém do nível de autossatisfação que este governo manifesta no dia-a-dia”. De seguida, o Vice da “bancada laranja” recordou que este é já o quarto debate sobre incêndios, algo que pode fazer com que a opinião pública já esteja cansada em ouvir falar deste tema. Contudo, enfatiza, “o PSD nunca está cansado e não estará cansado de tudo fazer para assegurar que em 2018 as populações têm de estar muito mais seguras do que estiveram em 2017 e que os dramas como os de Pedrógão e os de 15 e 16 de outubro jamais se poderão repetir”. Mas para que tal aconteça, refere, há “barracadas” por resolver, nomeadamente em relação aos meios aéreos, e o estado da arte não é tranquilizante. “No que respeita aos meios aéreos, o governo anda literalmente com a cabeça no ar. No que respeita aos meios em terra, o governo ainda não pôs os pés no chão. Ao contrário do que aconteceu em anos anteriores, a Diretiva Operacional Nacional, que estabelece o planeamento, organização e a coordenação de todos os meios operacionais, ainda não foi revelada. Se o tempo muda, e vai mudar, e se os incêndios voltam, e vão voltar, podemos ter de enfrentar um novo caos. Os avisos vêm de todo o lado e vêm, mais uma vez, da bancada do PSD que pede ao governo para que seja mais expedito, mais veloz, mais eficaz, mais responsável e menos temerário e panfletário”. A terminar, Carlos Peixoto lembrou que apagados os incêndios, a memória das pessoas e o sofrimento das vítimas não se apagou. “E são essas que merecem que o Estado e o poder político estejam à altura das suas responsabilidades, projetando o futuro da proteção civil”, rematou.
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